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A melatonina, conhecida como o “hormônio do sono”, é fundamental na regulação do ritmo circadiano, ou seja, o ciclo natural de sono e vigília do corpo humano.
Nos últimos anos, ela ganhou popularidade como um suplemento para melhorar a qualidade do sono, tratar insônia e até mesmo ajudar em outros problemas de saúde.
Contudo, muitas informações circulam sobre a melatonina, e nem todas são verdadeiras. Este artigo esclarece 10 mitos e verdades sobre os efeitos desse hormônio essencial.

1. A melatonina é um medicamento. – Mito
Apesar de ser amplamente usada como suplemento, a melatonina não é um medicamento. Ela é um hormônio produzido naturalmente pela glândula pineal no cérebro.
Nos suplementos, é sintetizada em laboratório para mimetizar a melatonina natural do corpo. Em muitos países, incluindo o Brasil, ela é classificada como suplemento alimentar, enquanto em outros, como os Estados Unidos, é vendida sem receita médica.
2. A melatonina induz o sono imediatamente. – Mito
A melatonina não é um sedativo. Sua função principal é sinalizar ao corpo que está na hora de dormir, regulando o ritmo circadiano. Isso significa que ela prepara o corpo para o sono, mas não o induz diretamente.
Os efeitos podem levar de 20 minutos a uma hora para serem sentidos, dependendo do organismo e do momento da administração.
3. A suplementação de melatonina pode ser usada a longo prazo. – Verdade
Embora estudos indiquem que a melatonina é segura para uso a longo prazo, especialistas recomendam cautela, especialmente para crianças e adolescentes, pois a suplementação contínua pode interferir na produção natural do hormônio. Consultar um profissional de saúde é fundamental antes de decidir por um uso prolongado.
4. A melatonina é eficaz apenas para tratar insônia. – Mito
Embora a insônia seja a razão mais comum para o uso da melatonina, ela também é útil em outras condições.
A melatonina pode ajudar no ajuste do relógio biológico em casos de jet lag, transtornos de sono por turnos de trabalho e até mesmo em algumas condições neurológicas. Ela também tem sido estudada como antioxidante e em terapias para enxaqueca e ansiedade.
5. Todos podem usar melatonina sem contraindicações. – Mito
A melatonina não é adequada para todos. Mulheres grávidas, lactantes, pessoas com doenças autoimunes, depressão ou epilepsia devem evitar seu uso sem orientação médica.
Além disso, interações medicamentosas podem ocorrer, especialmente com anticoagulantes, anticonvulsivantes e medicamentos para diabetes.
6. A melatonina melhora o desempenho esportivo. – Verdade
Indiretamente, a melatonina pode contribuir para o desempenho esportivo. Atletas que sofrem de privação de sono ou jet lag podem se beneficiar da regulação do sono proporcionada pelo suplemento. Dormir melhor ajuda na recuperação muscular e na performance geral.
7. A melatonina natural diminui com a idade. – Verdade
A produção de melatonina atinge seu pico na infância e começa a declinar com o passar dos anos.
Em adultos mais velhos, essa redução pode contribuir para dificuldades no sono, o que explica por que muitos idosos recorrem ao suplemento para melhorar a qualidade do descanso noturno.
8. Doses mais altas de melatonina são mais eficazes. – Mito
Uma dosagem elevada de melatonina não garante maior eficácia e pode causar efeitos colaterais, como dores de cabeça, tontura, náusea e sonolência durante o dia.
Estudos mostram que doses entre 0,5 mg e 3 mg são suficientes para a maioria das pessoas. Ajustar a dose conforme necessário, sempre sob orientação médica, é a abordagem mais segura.
9. A luz azul bloqueia a produção natural de melatonina. – Verdade.
A exposição à luz azul de telas de dispositivos eletrônicos, como smartphones e computadores, à noite, suprime a produção de melatonina pelo cérebro.
Por isso, reduzir o uso de eletrônicos antes de dormir ou usar óculos bloqueadores de luz azul pode ajudar a melhorar a qualidade do sono.

10. A melatonina é um tratamento comprovado para depressão e ansiedade. – Mito
Embora algumas pesquisas sugiram que a melatonina possa ter um impacto positivo em sintomas de ansiedade e depressão, ela não deve ser considerada um tratamento principal.
Seu efeito pode ser indireto, melhorando o sono e, consequentemente, o bem-estar geral. No entanto, condições psiquiátricas devem ser tratadas com acompanhamento médico especializado.
Em resumo, a melatonina é um hormônio fascinante no bem-estar. Contudo, a popularidade de sua suplementação trouxe consigo uma série de mitos e desinformações.
Entender as verdadeiras funções da melatonina e os limites de sua eficácia é essencial para usá-la de forma consciente e segura.
Antes de iniciar qualquer suplementação, é importante consultar um profissional de saúde para avaliar a necessidade e garantir que o uso seja apropriado.
Lembre-se: a melatonina não substitui hábitos saudáveis de sono, como manter horários regulares, evitar cafeína à noite e criar um ambiente propício ao descanso.
Revisado por: Taynara Caroline – Nutricionista
REFERÊNCIAS:
- SACK, R. L.; AXELROD, L.; LEWY, A. J. “The Role of Melatonin in the Regulation of Sleep and Circadian Rhythms.” Endocrinology and Metabolism Clinics of North America, 2007.
- BRZEZINSKI, A.; VITIELLO, M. V.; WURTMAN, R. J. “Effects of Exogenous Melatonin on Sleep: A Meta-analysis.” Sleep Medicine Reviews, 2005.